sexta-feira, 4 de abril de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
terça-feira, 12 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Atores de carne e osso... por enquanto!
O filme “A Lenda de Beowulf” de Robert Zemeckis prova que o cinema está no limiar, na fronteira de um dia poder dispensar os atores. Será mesmo? O filme foi todo finalizado em 3D utilizando-se uma técnica de captura de movimentos, onde atores reais utilizam sensores que o computador vai transpondo para personagens computadorizados.
No caso de Beowulf, Zemicks ainda pegou emprestado os rostos dos atores que usaram as máquinas de captura, que não por coincidência são astros consagrados do calibre de Angelina Jolie, Anthony Hopkins e John Malcovich. Essa mesma estratégia, Zemicks utilizou no filme “O Expresso Polar” onde o astro computadorizado tinha a cara de Tom Hancks.
A minha pergunta é a seguinte: se ele está utilizando as feições, expressões e interpretações de atores de carne e osso, por que ele não filma com os atores ao invés de colocar clones computadorizados deles?
Para quem não está entendendo o que eu estou dizendo, vou explicar. Estes dois filmes - ou quem sabe dê pra chamar de desenhos animados – foram feitos em 3D, assim como desenhos como “A Era do Gelo”, “Vida de inseto” e outros do gênero. A diferença é que estes “desenhos” não têm a pretensão de imitar a realidade, enquanto Beowulf e Expresso sonham em ser filmes de verdade. Ou seja. São desenhos com crise de identidade.
Então, provavelmente, Zemicks estava querendo sair na frente, fazendo uma espécie de filme conceito? Mas se ele já tinha feito isso com “O Expresso Polar”, por que repetir a dose e fazer um segundo filme conceito? Robert Zemicks é um diretor consagrado, com uma filmografia respeitável, que além de filmes como “Tudo por uma esmeralda”, a série “De volta para o futuro”, tem na lista filmes “Oscarizados” como “Forest Gump o contador de histórias” e “Naufrago”. Além de ter como “padrinho”, ninguém menos que Steven Spielberg.
Beowulf quase assusta de tão realista que é. Em alguns momentos em que a história nos prende, quase dá pra esquecer que é tudo animação. Mas ao meu ver, o grande problema é que a todo momento cai a ficha e nos lembramos que é uma animação. E aí vem o assombro de novo, pois a como animação é simplesmente perfeita. É lógico que se a gente ficar procurando defeitos na animação vai achar um monte delas, principalmente no olhar vitrificado e distante dos personagens, mas na medida em que a história vai nos absorvendo, a gente fica mais tolerante.
Mas temos visto tanta evolução na produção em 3D, que não tenho dúvidas que em breve esta técnica vai estar beirando a perfeição, e aí teremos grande dificuldade de perceber o que é computação e o que é imagem real. Alias. Em algumas cenas de filmes “normais”, isto já está acontecendo. Então “A Lenda de Beowulf” é uma filme ou obra de arte em animação?
No ano de 507 a.C., o rei dinamarquês Hrothgar (Anthony Hopkins), sua jovem rainha Wealthow (Robin Wright Penn), e seu povo estão sujeitos a ameaças constantes do monstro Grendel (Crispin Glover), que mora numa caverna não tão distante, e que ataca e mata quando fica atormentado pelos festejos que ressonam do salão do rei.
Liderando um grupo de grandes guerreiros chega dos mares Beowulf, pronto para despachar o monstro desta para melhor. Enquanto o Hrothgar tem fé no recém chegado grupo, seu conselheiro Unferth (John Malkovich) não. Ele aproveita a todo momento para ridicularizar Beowulf e suas afirmações prepotentes de vitórias passadas. Quando Beowulf se encontra cara a cara com Grendel, o resultado da briga sela seu destino, levando-o a um caminho inesperado, um encontro com a sedutora mãe de Grendel (Angelina Jolie). O filme é baseado em um poema épico dinamarquês, do tempo que o povo daquelas paragens eram conhecidos pelo apelido carinhoso de Vikings.
Agora é esperar os próximos passos no avanço desta tecnologia de capturas e na qualidade da computação, mas se eu fosse ator de Hollywood, eu começaria a olhar o caderno de classificados.
A minha pergunta é a seguinte: se ele está utilizando as feições, expressões e interpretações de atores de carne e osso, por que ele não filma com os atores ao invés de colocar clones computadorizados deles?
Para quem não está entendendo o que eu estou dizendo, vou explicar. Estes dois filmes - ou quem sabe dê pra chamar de desenhos animados – foram feitos em 3D, assim como desenhos como “A Era do Gelo”, “Vida de inseto” e outros do gênero. A diferença é que estes “desenhos” não têm a pretensão de imitar a realidade, enquanto Beowulf e Expresso sonham em ser filmes de verdade. Ou seja. São desenhos com crise de identidade.
Então, provavelmente, Zemicks estava querendo sair na frente, fazendo uma espécie de filme conceito? Mas se ele já tinha feito isso com “O Expresso Polar”, por que repetir a dose e fazer um segundo filme conceito? Robert Zemicks é um diretor consagrado, com uma filmografia respeitável, que além de filmes como “Tudo por uma esmeralda”, a série “De volta para o futuro”, tem na lista filmes “Oscarizados” como “Forest Gump o contador de histórias” e “Naufrago”. Além de ter como “padrinho”, ninguém menos que Steven Spielberg.
Beowulf quase assusta de tão realista que é. Em alguns momentos em que a história nos prende, quase dá pra esquecer que é tudo animação. Mas ao meu ver, o grande problema é que a todo momento cai a ficha e nos lembramos que é uma animação. E aí vem o assombro de novo, pois a como animação é simplesmente perfeita. É lógico que se a gente ficar procurando defeitos na animação vai achar um monte delas, principalmente no olhar vitrificado e distante dos personagens, mas na medida em que a história vai nos absorvendo, a gente fica mais tolerante.
Mas temos visto tanta evolução na produção em 3D, que não tenho dúvidas que em breve esta técnica vai estar beirando a perfeição, e aí teremos grande dificuldade de perceber o que é computação e o que é imagem real. Alias. Em algumas cenas de filmes “normais”, isto já está acontecendo. Então “A Lenda de Beowulf” é uma filme ou obra de arte em animação?
No ano de 507 a.C., o rei dinamarquês Hrothgar (Anthony Hopkins), sua jovem rainha Wealthow (Robin Wright Penn), e seu povo estão sujeitos a ameaças constantes do monstro Grendel (Crispin Glover), que mora numa caverna não tão distante, e que ataca e mata quando fica atormentado pelos festejos que ressonam do salão do rei.
Liderando um grupo de grandes guerreiros chega dos mares Beowulf, pronto para despachar o monstro desta para melhor. Enquanto o Hrothgar tem fé no recém chegado grupo, seu conselheiro Unferth (John Malkovich) não. Ele aproveita a todo momento para ridicularizar Beowulf e suas afirmações prepotentes de vitórias passadas. Quando Beowulf se encontra cara a cara com Grendel, o resultado da briga sela seu destino, levando-o a um caminho inesperado, um encontro com a sedutora mãe de Grendel (Angelina Jolie). O filme é baseado em um poema épico dinamarquês, do tempo que o povo daquelas paragens eram conhecidos pelo apelido carinhoso de Vikings.
Agora é esperar os próximos passos no avanço desta tecnologia de capturas e na qualidade da computação, mas se eu fosse ator de Hollywood, eu começaria a olhar o caderno de classificados.
O crítico do “Ctrl T + Ctrl C + Ctrl
“A sétima arte é cercada de muitos mistérios para uns, para outros nem tanto. Falar de algo que não conhecemos é atirar no escuro. Virou mania aqui ou por esse país afora a ideia que todo mundo pode fazer tudo. Gostar ou ser apaixonado por cinema não me dá o direito de achar que sou um grande conhecedor da sétima arte. A muito tempo tenho reparado nesse espaço, críticas superficiais a respeito de cinema.
Confesso que até ficava invergonhado com tantas aneiras reunidas em um só lugar. Ha! tudo bem a internet está ai. Faço uma pesquisa ali outra aqui e viro colunista. Por favor senhores usar a internet como fonte é uma coisa chupar ou plagiar texto da internet é crime. Ainda mais quando não se cita a fonte.A minha sugestão é a seguinte: contrate alguém que realmente conheça do assunto ou então de sites especializados sobre cinema, que não falam besteiras e são de graça desde que citem a fonte, não é caso de seu colunista.
Outra sugestão seria pedir para a coluna citar os verdadeiros autores das críticas de onde ele chupa seus comentários. Parafrasear não é plágio desde que se cite a fonte.”
(At. Paulo Roberto Pacheco - paulo_robertop@hotmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
É pessoal, a casa caiu. Finalmente alguém mais além de mim chegou à conclusão que sou a maior farsa como “Crítico de Cinema”. O texto acima me foi enviado pelo senhor Paulo Roberto. Ele me pegou com a boca na botija, com a mão na cumbuca. Na coluna da semana passada falando sobre o filme “A Lenda de Beowulf”, eu chupei um parágrafo inteiro da sinopse do filme.
O parágrafo em questão é o seguinte:
“No ano de 507 a.C., o rei dinamarquês Hrothgar (Anthony Hopkins), sua jovem rainha Wealthow (Robin Wright Penn), e seu povo estão sujeitos a ameaças constantes do monstro Grendel (Crispin Glover), que mora numa caverna não tão distante, e que ataca e mata quando fica atormentado pelos festejos que ressonam do salão do rei.
Liderando um grupo de grandes guerreiros chega dos mares Beowulf, pronto para despachar o monstro desta para melhor. Enquanto o Hrothgar tem fé no recém chegado grupo, seu conselheiro Unferth (John Malkovich) não. Ele aproveita a todo momento para ridicularizar Beowulf e suas afirmações prepotentes de vitórias passadas. Quando Beowulf se encontra cara a cara com Grendel, o resultado da briga sela seu destino, levando-o a um caminho inesperado, um encontro com a sedutora mãe de Grendel (Angelina Jolie).”
Como podem ver, reproduzi a parte da sinopse do filme inteirinha, num ato repulsivo de “blogpirataria”. Este trecho não emite nenhuma opinião a respeito do filme e é o mesmo tipo de texto que se encontraria na contracapa de um DVD. Descreve o filme, mas não emite opinião. Se você abrir vários sites sobre cinema verá que as sinopses são quase sempre a mesma, geralmente enviadas pela distribuidora do filme.
Tudo bem. Ta certo. Admito. Não tenho justificativa. Copiei mesmo a sinopse. Copiei do endereço http://www.ubernerd.com.br/blog/?p=868. Ou foi do endereço http://aldeiaoficial.com/blog/?p=55? Não lembro, mas copiei, sim. Então, tentando reparar o irreparável, vou dar o devido crédito a quem escreveu este trecho: o autor é Jansen Packar que escreve a coluna JP na Aldeia, um Blog na internet.
Porém, a parte opinativa é de minha autoria. Expressa a minha opinião a respeito do filme. Pode não ser muito inteligente, pode não ser muito original, mas é minha. Pode ser “Senso comum”, pode ser idiota, mas é minha.
Copiar e não dar o devido crédito é inaceitável e sou homem o suficiente para admitir meus erros e arcar com as conseqüências de meus atos. Como diz nosso amigo Paulo Roberto, plágio é crime e eu assumo minha responsabilidade. Inclusive, enviei um email ao sr. Jansen Packar pedindo desculpas pela minha atitude.
Entretanto, o nosso querido leitor acusa também que, além de eu ser um plagiador, minhas “críticas superficiais” o deixam “invergonhado com tantas aneiras reunidas em um só lugar”. Bom. Pelo menos nesta questão ele admite que sou original. Originalmente idiota!
Olha! Só não me considero um perfeito idiota, porque ninguém é perfeito. Portanto, só o que me resta a fazer é pedir desculpas aos meus queridos leitores e ao senhor Paulo Roberto – agora sei que pelo menos um leitor eu tenho – por ser um idiota que profere asneiras.
Ah! Quer saber de uma coisa: peço desculpas somente pela cópia sem a devida citação, mas por ser idiota não peço não. Afinal, ser idiota não é crime e tenho todo o direito de o ser. Prometo aos meus fiéis leitores, se é que existe algum além do Paulo, que não vou mais utilizar o expediente execrável de aplicar o Ctrl C + Ctrl V, mas vou continuar dando as minhas “vergonhosas” opiniões a respeito de filmes. Se não for aqui vai ser em algum blog.
Há mais de cinco anos escrevo esta coluna sem a intenção de ser um Crítico de Cinema, e nunca tive a pretensão de desvendar os “mistérios da sétima arte”. Reiteradas vezes repeti que sempre me considerei um cinéfilo de muita sorte por ter um espaço aonde proferir minhas “asneiras” e emitir minhas opiniões “superficiais”. Todos os comentários positivos que recebi a respeito da coluna, enaltecem justamente este despojamento. Mas mesmo assim respeito a crítica do meu querido leitor Paulo Roberto Pacheco, apesar de não ter a intenção (ou a capacidade) de mudar meu estilo.
Marlon Vargas
Outra sugestão seria pedir para a coluna citar os verdadeiros autores das críticas de onde ele chupa seus comentários. Parafrasear não é plágio desde que se cite a fonte.”
(At. Paulo Roberto Pacheco - paulo_robertop@hotmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
É pessoal, a casa caiu. Finalmente alguém mais além de mim chegou à conclusão que sou a maior farsa como “Crítico de Cinema”. O texto acima me foi enviado pelo senhor Paulo Roberto. Ele me pegou com a boca na botija, com a mão na cumbuca. Na coluna da semana passada falando sobre o filme “A Lenda de Beowulf”, eu chupei um parágrafo inteiro da sinopse do filme.
O parágrafo em questão é o seguinte:
“No ano de 507 a.C., o rei dinamarquês Hrothgar (Anthony Hopkins), sua jovem rainha Wealthow (Robin Wright Penn), e seu povo estão sujeitos a ameaças constantes do monstro Grendel (Crispin Glover), que mora numa caverna não tão distante, e que ataca e mata quando fica atormentado pelos festejos que ressonam do salão do rei.
Liderando um grupo de grandes guerreiros chega dos mares Beowulf, pronto para despachar o monstro desta para melhor. Enquanto o Hrothgar tem fé no recém chegado grupo, seu conselheiro Unferth (John Malkovich) não. Ele aproveita a todo momento para ridicularizar Beowulf e suas afirmações prepotentes de vitórias passadas. Quando Beowulf se encontra cara a cara com Grendel, o resultado da briga sela seu destino, levando-o a um caminho inesperado, um encontro com a sedutora mãe de Grendel (Angelina Jolie).”
Como podem ver, reproduzi a parte da sinopse do filme inteirinha, num ato repulsivo de “blogpirataria”. Este trecho não emite nenhuma opinião a respeito do filme e é o mesmo tipo de texto que se encontraria na contracapa de um DVD. Descreve o filme, mas não emite opinião. Se você abrir vários sites sobre cinema verá que as sinopses são quase sempre a mesma, geralmente enviadas pela distribuidora do filme.
Tudo bem. Ta certo. Admito. Não tenho justificativa. Copiei mesmo a sinopse. Copiei do endereço http://www.ubernerd.com.br/blog/?p=868. Ou foi do endereço http://aldeiaoficial.com/blog/?p=55? Não lembro, mas copiei, sim. Então, tentando reparar o irreparável, vou dar o devido crédito a quem escreveu este trecho: o autor é Jansen Packar que escreve a coluna JP na Aldeia, um Blog na internet.
Porém, a parte opinativa é de minha autoria. Expressa a minha opinião a respeito do filme. Pode não ser muito inteligente, pode não ser muito original, mas é minha. Pode ser “Senso comum”, pode ser idiota, mas é minha.
Copiar e não dar o devido crédito é inaceitável e sou homem o suficiente para admitir meus erros e arcar com as conseqüências de meus atos. Como diz nosso amigo Paulo Roberto, plágio é crime e eu assumo minha responsabilidade. Inclusive, enviei um email ao sr. Jansen Packar pedindo desculpas pela minha atitude.
Entretanto, o nosso querido leitor acusa também que, além de eu ser um plagiador, minhas “críticas superficiais” o deixam “invergonhado com tantas aneiras reunidas em um só lugar”. Bom. Pelo menos nesta questão ele admite que sou original. Originalmente idiota!
Olha! Só não me considero um perfeito idiota, porque ninguém é perfeito. Portanto, só o que me resta a fazer é pedir desculpas aos meus queridos leitores e ao senhor Paulo Roberto – agora sei que pelo menos um leitor eu tenho – por ser um idiota que profere asneiras.
Ah! Quer saber de uma coisa: peço desculpas somente pela cópia sem a devida citação, mas por ser idiota não peço não. Afinal, ser idiota não é crime e tenho todo o direito de o ser. Prometo aos meus fiéis leitores, se é que existe algum além do Paulo, que não vou mais utilizar o expediente execrável de aplicar o Ctrl C + Ctrl V, mas vou continuar dando as minhas “vergonhosas” opiniões a respeito de filmes. Se não for aqui vai ser em algum blog.
Há mais de cinco anos escrevo esta coluna sem a intenção de ser um Crítico de Cinema, e nunca tive a pretensão de desvendar os “mistérios da sétima arte”. Reiteradas vezes repeti que sempre me considerei um cinéfilo de muita sorte por ter um espaço aonde proferir minhas “asneiras” e emitir minhas opiniões “superficiais”. Todos os comentários positivos que recebi a respeito da coluna, enaltecem justamente este despojamento. Mas mesmo assim respeito a crítica do meu querido leitor Paulo Roberto Pacheco, apesar de não ter a intenção (ou a capacidade) de mudar meu estilo.
Marlon Vargas
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Pura firula.
Quando recebi aquele e-mail semana passada, propondo um ataque mortal ao cinema e também à livre expressão, lembrei-me do filme Dogville de Lars Von Trier que retrata a hipocrisia da sociedade moderna e ocidental. Ironicamente, Von Trier é um dos signatários do Dogma 95, um movimento fundado em Copenhage, na Dinamarca, por cineastas supostamente descontentes com os rumos que o cinema seguiu. Ou seja, O Dogma 95 também se revoltou contra o cinema, mas ao invés de querer destruí-lo ou boicota-lo, tinha como propósito, reinventa-lo.
Muitos movimentos, principalmente a partir dos anos 50 e 60, surgiram como o propósito de renovar a Sétima Arte. Um dos principais, se não o principal destes movimentos, foi a Nouvelle Vague francesa. Este movimento decretava a autonomia do cineasta, dando início a um estilo de cinema que se pode chamar de autoral, onde o diretor passaria no filme sua visão de mundo e suas impressões pessoais. Entretanto, o pessoal do Dogma 95, na época de seu lançamento em 1995, acusava o pessoal da Nouvelle Vague, de não ter conseguido seu intento de renovar o cinema.
No Brasil, tanto a Nouvelle Vague quanto o neo-realismo italiano influenciaram o Cinema Novo, onde o representante mais aclamado foi Glauber Rocha. O Cinema Novo, além do filme autoral, instituía o que ficou conhecido como a estética da fome, mostrando a face miserável de nosso país e criando uma personalidade para o cinema nacional.
Mas, não só a temática era de fome. Com a falência dos grandes estúdios brasileiros que produziam as famosas chanchadas, novos diretores com poucos recursos faziam da linguagem neo-realista, sua forma de expressão. Nesta época, Glauber cunharia a famosa frase: “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”.
A proposta do Cinema Novo era, com poucos recursos financeiros e cênicos, os diretores utilizarem o cinema como obra de manifesto, principalmente, contra a ditadura militar e a censura. Assim como o neo-realismo italiano, o Cinema Novo retratava temas e cenas populares, além de utilizar pessoas do povo sem formação artística no elenco. E não se restringia a isso. A “câmera na mão” criava a estética do filme, transformando em linguagem a singeleza das produções.
O Dogma 95 surgiu com a proposta de criar uma nova estética para o cinema, produzindo um cinema mais “puro”, segundo a definição de seus idealizadores. Em oposição ao cinema individualista da Nouvelle Vague e ao cinema industrial de Hollywood, o Dogma 95 apresentaria uma série de normas que foram intituladas “Voto de castidade”.
Opondo-se ao cinema da ilusão, o Dogma se propunha a criar um cinema de sensações verdadeiras, onde toda a pirotecnia deveria ser totalmente abolida. Com a idéia de banir toda e qualquer artificialidade e simplificar o processo de construção de um filme, o Dogma impunha ao cineasta signatário seguir fielmente os mandamentos do “voto de castidade”, abdicando de todos os recursos artificiais, principalmente técnicos.
Entretanto, mesmo se opondo principalmente à Nouvelle Vague, os filmes realizados segundo os preceitos do Dogma 95 lembram muito os filmes desta escola. Tirando-se as temáticas “cabeças” e o hermetismo (caráter incompreensível) da Nouvelle Vague, o Dogma lembra sua estética amadorista e de poucos recursos. Lembra, alias o Cinema Novo, o neo-realismo italiano e todo e qualquer cinema “underground” de qualquer país do mundo, que produza com extremas limitações de recursos.
De acordo com as regras do Dogma 95, os diretores devem utilizar somente locações externas, abolir o uso de cenários, trilha sonora e iluminação artificial, bem como de seqüências superficiais, ou seja, aquelas que não tenham nenhum propósito específico para o filme. Os filmes devem retratar um momento específico e apenas com o som ambiente. O uso de tripé para segurar a câmera é proibido, assim como todo e qualquer efeito especial. Nem ketchup imitando sangue é permitido. Ah. E o diretor não deve levar crédito.
Tudo balela. Bastou o senhor Lars Von Trier ganhar a Palma de Ouro por seu Dançando no Escuro para chegar-mos a conclusão que quem menos seguia o Voto de Castidade, era seu próprio idealizador. Alguns filmes ele até realizou seguindo os mandamentos do Dogma 95, mas de forma alguma Von Trier se limitou a seguir suas próprias regras.
Dogville, por exemplo, contraria muita das normas, apesar de economizar nos cenários e elementos de cena. Utilizando linguagem teatral identificados com a Comédia del’arte e o teatro de Bertold Brecht, Dogville usa sim e muito, diversos recursos cênicos. Mas, como não sou fiel a dogmas e acho que todo e qualquer dogma é execrável, gostei muito do experimentalismo do filme, todo gravado em estúdio.
A conclusão que chego é que muitas idéias que certas pessoas defendem com veemência é pura encenação, firula para chamar a atenção dos holofotes. Alguns conseguem isso de forma genial, outros são medíocres.
Quando recebi aquele e-mail semana passada, propondo um ataque mortal ao cinema e também à livre expressão, lembrei-me do filme Dogville de Lars Von Trier que retrata a hipocrisia da sociedade moderna e ocidental. Ironicamente, Von Trier é um dos signatários do Dogma 95, um movimento fundado em Copenhage, na Dinamarca, por cineastas supostamente descontentes com os rumos que o cinema seguiu. Ou seja, O Dogma 95 também se revoltou contra o cinema, mas ao invés de querer destruí-lo ou boicota-lo, tinha como propósito, reinventa-lo.
Muitos movimentos, principalmente a partir dos anos 50 e 60, surgiram como o propósito de renovar a Sétima Arte. Um dos principais, se não o principal destes movimentos, foi a Nouvelle Vague francesa. Este movimento decretava a autonomia do cineasta, dando início a um estilo de cinema que se pode chamar de autoral, onde o diretor passaria no filme sua visão de mundo e suas impressões pessoais. Entretanto, o pessoal do Dogma 95, na época de seu lançamento em 1995, acusava o pessoal da Nouvelle Vague, de não ter conseguido seu intento de renovar o cinema.
No Brasil, tanto a Nouvelle Vague quanto o neo-realismo italiano influenciaram o Cinema Novo, onde o representante mais aclamado foi Glauber Rocha. O Cinema Novo, além do filme autoral, instituía o que ficou conhecido como a estética da fome, mostrando a face miserável de nosso país e criando uma personalidade para o cinema nacional.
Mas, não só a temática era de fome. Com a falência dos grandes estúdios brasileiros que produziam as famosas chanchadas, novos diretores com poucos recursos faziam da linguagem neo-realista, sua forma de expressão. Nesta época, Glauber cunharia a famosa frase: “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”.
A proposta do Cinema Novo era, com poucos recursos financeiros e cênicos, os diretores utilizarem o cinema como obra de manifesto, principalmente, contra a ditadura militar e a censura. Assim como o neo-realismo italiano, o Cinema Novo retratava temas e cenas populares, além de utilizar pessoas do povo sem formação artística no elenco. E não se restringia a isso. A “câmera na mão” criava a estética do filme, transformando em linguagem a singeleza das produções.
O Dogma 95 surgiu com a proposta de criar uma nova estética para o cinema, produzindo um cinema mais “puro”, segundo a definição de seus idealizadores. Em oposição ao cinema individualista da Nouvelle Vague e ao cinema industrial de Hollywood, o Dogma 95 apresentaria uma série de normas que foram intituladas “Voto de castidade”.
Opondo-se ao cinema da ilusão, o Dogma se propunha a criar um cinema de sensações verdadeiras, onde toda a pirotecnia deveria ser totalmente abolida. Com a idéia de banir toda e qualquer artificialidade e simplificar o processo de construção de um filme, o Dogma impunha ao cineasta signatário seguir fielmente os mandamentos do “voto de castidade”, abdicando de todos os recursos artificiais, principalmente técnicos.
Entretanto, mesmo se opondo principalmente à Nouvelle Vague, os filmes realizados segundo os preceitos do Dogma 95 lembram muito os filmes desta escola. Tirando-se as temáticas “cabeças” e o hermetismo (caráter incompreensível) da Nouvelle Vague, o Dogma lembra sua estética amadorista e de poucos recursos. Lembra, alias o Cinema Novo, o neo-realismo italiano e todo e qualquer cinema “underground” de qualquer país do mundo, que produza com extremas limitações de recursos.
De acordo com as regras do Dogma 95, os diretores devem utilizar somente locações externas, abolir o uso de cenários, trilha sonora e iluminação artificial, bem como de seqüências superficiais, ou seja, aquelas que não tenham nenhum propósito específico para o filme. Os filmes devem retratar um momento específico e apenas com o som ambiente. O uso de tripé para segurar a câmera é proibido, assim como todo e qualquer efeito especial. Nem ketchup imitando sangue é permitido. Ah. E o diretor não deve levar crédito.
Tudo balela. Bastou o senhor Lars Von Trier ganhar a Palma de Ouro por seu Dançando no Escuro para chegar-mos a conclusão que quem menos seguia o Voto de Castidade, era seu próprio idealizador. Alguns filmes ele até realizou seguindo os mandamentos do Dogma 95, mas de forma alguma Von Trier se limitou a seguir suas próprias regras.
Dogville, por exemplo, contraria muita das normas, apesar de economizar nos cenários e elementos de cena. Utilizando linguagem teatral identificados com a Comédia del’arte e o teatro de Bertold Brecht, Dogville usa sim e muito, diversos recursos cênicos. Mas, como não sou fiel a dogmas e acho que todo e qualquer dogma é execrável, gostei muito do experimentalismo do filme, todo gravado em estúdio.
A conclusão que chego é que muitas idéias que certas pessoas defendem com veemência é pura encenação, firula para chamar a atenção dos holofotes. Alguns conseguem isso de forma genial, outros são medíocres.
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